Hoje foi dia de sessão no Centro Paroquial de Rio Tinto, tinha imensos jovens de cabelos brancos muito divertidos que participaram e que me fizeram ver, afinal como é que se conta histórias! Em forma de agradecimento partilho uma das histórias que contou o Sr. Marçal e que nos inspirou para contar umas outras quantas. E claro que não faltaram as de "piripiri", pelo Sr. José Rocha, mas isso já são outras histórias... Foram caçar no melhor convívio uma raposa e um lobo. Apanharam dois carneiros. Comeram um e enterraram o outro para o jantar do dia seguinte.
No dia seguinte o lobo disse à comadre raposa: — Vamos comer o carneiro? — Hoje não, que estou convidada para ser madrinha de uma criança. No dia seguinte o lobo voltou a encontrar-se com a comadre e perguntou que nome tinha dado ao afilhado: — Um nome novo: Comecei. E de seguida a raposa desculpou-se dizendo que ia ser madrinha de outro afilhado. Mais uma vez o lobo voltou e perguntou à comadre que nome pusera ao afilhado. — Meei — respondeu a espertalhona — e pena tenho eu de ainda não o poder acompanhar. Tenho hoje outro afilhado para baptizar, mas amanhã vou com certeza. No dia seguinte voltou o lobo e perguntou-lhe pelo nome do afilhado. — Pus-lhe: Acabei. E ambos dirigiram-se para o lugar onde o carneiro fora enterrado. E claro que a raposa tinha papado o carneiro sozinha, deixando-lhe apenas o rabo espetado no chão. Logo que avistaram o rabo disse a raposa para o lobo: — Enquanto eu aqui tiro um espinho do meu pezinho, vá o meu compadre andando, puxe com força pelo rabo, e vá comendo e saboreando a carne. O lobo seguiu o conselho da raposa. Lançou-se ao rabo com tanta força que caiu de costas com o rabo na boca. Carne nenhuma. Já a este tempo a raposa se tinha esgueirado para muito longe.
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